quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Quando a maré baixa a laje aparece

Altos e baixos, a sorte vai e vem; altos e baixos, não é diferente pra ninguém. Vai ficar tudo bem, a terra continua a girar, dias ruins virão também e o céu não vai desabar.”

A citação aí de cima foi extraída de uma música do grupo Capital Inicial, intitulada: altos e baixos. Fora composta pelo vocalista Dinho Ouro Preto e Alvin L. A letra retrata a trajetória de alguém que, ora está no “céu” e ora está no “inferno”.

Tão certo quanto à morte, assim também são os altos e baixos nessa vida. Chega uma hora onde a maré baixa e a laje vem à tona, trazendo momentos de grande tensão a nossa navegação e em muitos casos, conduzindo a ruína e a destruição nossa embarcação, levando-nos a um destino parecido com a famosa tragédia envolvendo o Titanic. É um processo natural das coisas e não há como evitar. Se você ainda não passou por isso, pode ter certeza que é apenas uma questão de tempo.

Todo indivíduo que conhecemos - inclusive você e eu - já passou ou passará por momentos de altos e baixos em praticamente todos os segmentos da vida. É o casal que passa por alguma crise no casamento. É o político que passa pelo período de impopularidade e grande rejeição. A empresa que perde a lucratividade junto aos seus clientes e assim por diante.

Quando a crise bate a porta, é que resolvemos propor mudanças na tentativa de solucionar as coisas. Impressionante como a maioria das pessoas só arregaça a manga para mudar, quando já é praticamente tarde demais para propor mudanças e soluções. É o casal que tenta uma viagem para se reaproximarem e reacender o antigo amor. É o político que tenta de tudo para mudar um quadro sombrio contrário a sua popularidade. É a empresa que imprime promoções e queima de estoques para tentar dar a volta por cima. Na maioria das vezes essas tentativas fracassam não por serem ruins, mas por ocorrerem em momentos errados.

Já que é inevitável que sejamos acometidos pela sazonalidade e pelos imprevistos da vida, a pergunta que surge é a seguinte: o que fazer para, pelo menos, tentar se sair bem quando a maré baixar e a laje “subir”? INOVAR QUANDO TUDO VAI DE VENTO EM POPA. Ou seja, propor e implementar aquelas experiências que serão imprescindíveis para resistir aos tormentos causados pelas crises. Algo semelhante aos exercícios de simulação de guerra, típica das forças armadas dos países precavidos.

A inovação tem que ser estabelecida na linha ascendente. É lá em cima que devemos efetuar as mudanças necessárias e não esperar começar a descer, quando aí já pode ser tarde demais. Quando se mexe quando tudo vai bem, você tem a oportunidade de correr risco, sem correr perigo e, ainda que as mudanças propostas sejam equivocadas e mal sucedidas, os efeitos não serão tão desastrosos, exatamente por estar tudo sob controle. É La em cima que você pode fazer experiências das mais criativas e inventivas, sem sofrer qualquer tipo de ameaça. É lá que você pode tentar fazer uma jogada de efeito, sem correr o risco de levar um gol de contra-ataque. E por falar em jogada, será que ainda vinga a ideia de que time que está ganhando não se mexe? Tem certeza que não deve realmente mexer?

O problema é que tendemos a relaxar e desleixar exatamente quando o céu está estrelado e o vento tranquilo, como fez a tripulação do Titanic. Tentar sanar o problema depois do estrago feito no casco do navio é tarde demais. E o final da história você já conhece muito bem, não?

Se as coisas na sua vida vão bem, obrigado; pare e pense um pouco e veja se não é o momento ideal para inovar?! Ou vai esperar a maré baixar e ver a laje aparecer?