segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Se você não mudar, a vida vai mudar você

“Eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo assim, vou ser sempre assim, Gabriela, sempre Gabriela...”. Esse é um trecho da música de Dorival Caymmi, composto para ser a trilha musical do Filme Gabriela Cravo e Canela, baseado no romance do saudoso escritor Jorge Amado. No verso, a personagem faz questão de ressaltar que será sempre do mesmo jeito, ou seja, sou o que sou e quem quiser que me aceite assim! Já deve ter escutado isso inúmeras vezes, não?

Pois bem, quer uma receita infalível para fracassar na vida? Anota aí: basta se recusar às adaptações impostas pelo novo modelo de economia baseado no conhecimento. Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças, afirmava Charles Darwin.

Mudança é uma palavra antagônica, que cria na gente uma sensação boa e outra ruim. Boa, porque avistamos melhorias na nossa vida e, ruim, porque toda mudança envolve risco e sacrifício. Deixar certas coisas para trás é como se estivesse arrancando um membro do corpo e jogando-o fora. Provoca uma sensação de perda e um tremendo “mal estar espiritual”.

No mundo de hoje, uma pessoa tem que estar preparada para mudar, pelo menos, umas cinco vezes de profissão em toda sua vida, dizia o saudoso Peter Drucker. É isso mesmo, soa como exagero, mas é a mais pura verdade. Empresários de sucesso, que encabeçam a liderança nos seus segmentos comerciais, são pessoas que vivem em constantes mudanças e já possuem no currículo, inúmeras atividades empreendedoras e profissionais. Michael Dell, criador da Dell Computadores, foi lavador de pratos de um restaurante chinês e anos depois virou entregador de jornais por assinatura. O gaúcho Oscar Metsavaht investiu pesado e se tornou um médico bem sucedido, mas seu espírito empreendedor foi mais forte e, pouco tempo depois, fundou a Osklen, grife internacionalmente famosa, cuja primeira loja foi inaugurada em Búzios.

O Temor pela mudança ocorre porque as regras são desafiadas, o chão desaparece debaixo dos nossos pés e frequentemente temos que reaprender um processo novo para darmos o pontapé inicial na inovação. O ego é ferido, o orgulho é afrontado e a reputação é exposta na vitrine da opinião pública. É assim na vida pessoal, profissional e principalmente na empresarial.

O papel da administração pública é preponderante para alavancar o sucesso no mercado de trabalho do empreendedor individual. A boa liderança deve primar mais por ser um termostato do que um termômetro, ou seja, regular tempestivamente a temperatura econômica - do que apenas medi-la - proporcionando um ambiente onde inflame as mudanças daqueles que querem mudar. Estratégias administrativas e projetos de leis precisam estar em consonância com as iminentes modificações na economia nacional e municipal, para proporcionar ao jovem empreendedor, uma plataforma de criação e inovação.

Tendo um campo fértil para exercer nossa criativa capacidade de mudança, poderemos ousar sair da zona de segurança e se recriar quantas vezes for necessário para atender a demanda de oportunidades que nos rodeia. E quanto à Gabriela... Ah sim, havia esquecido... Cresceu, viveu e morreu....assim.