segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Não subestime o que você desconhece

Um professor na faculdade de medicina da Universidade da Califórnia um dia perguntou aos seus alunos: “aqui é a história da família. O pai tem sífilis. A mãe tem tuberculose. Eles já tiveram quatro filhos. O primeiro filho é cego. O segundo filho morreu. O terceiro filho é surdo e o quarto tem tuberculose. A mãe está grávida. Os pais estão dispostos a ter um aborto se for recomendado. O que é que vocês recomendam?” A maioria dos alunos optou pelo aborto. “Parabéns”; anunciou o professor. “Vocês acabaram de matar Beethoven .”

Essa história além de ser verídica, também revela a forma como muitos pais (1º contato), professores (2º contato) e líderes (3º contato) lidam com aquelas pessoas que, embora ainda não tenham despontado seus respectivos talentos, são figuras predestinadas para serem verdadeiros fenômenos nos seus ambientes de produção.

Beethoven não foi o único a ser prematuramente julgado. Personagens que sempre ouvimos falar como exemplo de sucesso na vida também tiveram o desgosto de serem menosprezados por ainda não terem alcançado a plenitude dos talentos que possuíam. Tome como exemplo, Woody Allen (um dos maiores diretores de cinema do mundo) que foi reprovado em duas faculdades de produção cinematográfica. O que dizer, também, de Walt Disney, que começou sua vida profissional trabalhando na redação de um jornal e, foi despedido por não ter criatividade nem imaginação. Winston Churchill (O maior líder e estadista da história moderna) que foi o último colocado em sua classe na Academia Militar. Seu pai dizia que jamais seria alguém, pois não tinha ambição e não sabia o que significava “trabalhar duro”. E para fechar a lista, Albert Einstein, que não pronunciou uma só palavra até os quatro anos de idade. Diziam, inclusive, ser sinal de lentidão no aprendizado.

O histórico das pessoas, muitas vezes revela um pouco de quem ela é e, o que ela pode fazer; entretanto, muitas pessoas talentosas foram descartadas, simplesmente porque não causaram uma primeira boa impressão, deixando uma imagem caricaturada do que realmente elas eram.

É exatamente nesse contexto, que o líder deve aparecer. Ele deve ser capaz de ver muito além do que as demais pessoas enxergam. Deve olhar para a semente e ver uma árvore frondosa e frutífera. Olhar para a planta e ver a casa pronta e mobiliada. Deve, também, ser como um oleiro, que pega uma massa de barro sem forma e concebe vasos dos mais preciosos e valorosos que os olhos humanos podem contemplar.

Este tipo de líder prefere trabalhar com a prata da casa, do que com o ouro de fora. Gosta de investir nas pessoas, procurando desenvolver o que cada um tem de melhor. Se preocupa com o sonho dos seus liderados e dá todo apoio para que eles se realizem. Gosta de delegar diversas atribuições aos seus comandados e não teme compartilhar da sua autoridade com seus subordinados.

A cidade que mais cresce economicamente no mundo não é Paris, não é Nova York, nem tão pouco Londres ou Tóquio. A cidade que mais cresce, do ponto de vista econômico é Las Vegas. E você sabe que ela foi construída no meio do deserto do estado americano de Nevada? Isso mesmo; um lugar que não oferecia nenhum atrativo e não ostentava beleza natural alguma, se transformou na cidade mais espetacular dos EUA. Embora os jogos de cassinos sejam um grande atrativo, a cidade possui outros subsídios que alavancam a economia local.

Quero chamar sua atenção para o fato que, alguém um dia olhou para um deserto seco e infrutífero e, ao invés de ver pobreza e fracasso, enxergou riqueza e sucesso; diferentemente da maioria dos alunos de medicina da Universidade da Califórnia, que não pensaram duas vezes em abortar o gênio da música, Beethoven, simplesmente porque não haviam, ainda, contemplado o que de melhor já viveu nessa terra, em matéria de musicalidade.