Escolhi esse título porque se costuma dizer que a elite brasileira (salvo algumas exceções) é quem alcança o nível superior nesse país. Sendo assim, qualquer pessoa cujo grau de escolaridade seja de nível superior, é vista, em tese, como alguém inserida dentro dessa categoria.
Todo ano, as universidades locais despejam milhares de recém formados no mercado de trabalho da região, inclusive na cidade de Búzios. Vemos profissionais ostentando seus diplomas com orgulho e super motivados para, enfim, por em prática tudo aquilo que aprenderam na academia. Entretanto, o mercado é cruel, estabelecendo limites e substituindo os sonhos por dolorosos pesadelos. Criando com isso, o que chamo de “desempregado de elite”.
Como uma terra adubada, pronta para receber a semente, assim deve estar uma cidade, para recepcionar seus profissionais recém saídos das faculdades. A região precisa estar de braços abertos, dando as boas vindas com um mercado de trabalho produtivo e de grandes oportunidades, bem como apresentar uma economia sólida e autossufuciente, baseada num modelo criativo e inovador de gestão pública. Para que isso aconteça, é necessário, sem dúvida alguma, estabelecer um pacto social entre as instituições públicas e privadas, buscando através de parcerias, gerar emprego e renda na região.
O grande desafio dos homens públicos, daqueles que concorrem a cargos políticos, é se apresentarem como gestores que não apenas ostentam uma ficha-limpa, mas que tenham, sobretudo, uma visão panorâmica e estratégica das novas tendências que surgem na nossa emergente economia. Tem que ter a capacidade de enxergar não apenas a árvore, mas também toda a floresta. Ver o que todos veem e, pensar o que ninguém ainda pensou, ou seja, ser criativo e inovador. Precisa estar bem informado com o mundo e saber fazer a leitura em estrito senso, aplicando os acontecimentos a sua própria região.
Talvez, quem sabe assim, poderemos num futuro próximo, deixar de ser desempregado de elite, para ser uma “tropa de elite”.
