terça-feira, 12 de outubro de 2010

A maldição dos recursos naturais

Talvez você já tenha lido algo sobre o título acima, mas se é a primeira vez, permita-me então te deixar à par. O termo foi cunhado em 1977 pelo jornal The Economis para descrever o declínio do setor manufatureiro na Holanda, após a descoberta de um grande campo de gás natural em 1959. O que era para ser uma vantagem econômica acabou se tornando uma desgraça descabida.
Mas afinal, o que há de tão ruim nos recursos naturais para serem chamados de maldição? Absolutamente nada. O problema está em quem administra essas riquezas.
Países como a Arábia Saudita e Venezuela, riquíssimas em petróleo. Indonésia, farta em madeira. África do Sul, imponente em diamantes. Congo, em minerais e pedras preciosas. Todos riquíssimos em recursos naturais, se tornaram exemplos de países vítimas dessa maldição e, a grande maioria dos habitantes dessas nações é mais pobre hoje do que era vinte anos atrás.
“Não existem países
subdesenvolvidos,
existem apenas países
subadministrados.
Peter Druker
Entre os vários motivos, o principal deles é o que os especialistas em administração chamam de “zona de conforto”, ou seja, aquele lugarzinho aconchegante e quentinho, de onde não queremos sair por nada deste mundo.
Numa economia flutuante e sujeita a crises como a que vivemos, sentar em cima do tesouro e cruzar os braços é fatalmente perigoso, comprometendo o futuro e o destino de uma nação como a do Brasil, bem como de uma região prolífica como é a região dos lagos. As mudanças provocam irritações na “pele administrativa” produzindo insegurança e ansiedade e, são iminentemente incontornáveis, porque é preciso preparar-se continuamente para os acontecimentos imprevisíveis e, isso exige mudança. No universo tudo é efêmero e instável. A insegurança é a regra, não a exceção.
Criar um modelo de autossuficiência econômica tem que ser a prioridade de qualquer governo beneficiado pelos royalties do petróleo, porquanto, são riquezas que não se renovam, nem tão pouco se fabricam. Embora seja um direito compensatório previsto em lei e o estado, juntamente com os municípios produtores tenham direito de arrecadação, nada justifica a omissão e a falta de investimento num modelo de autossubsistência , cujo objetivo é estabelecer uma cidade independente e sobretudo autossustentável.
O desafio dos atuais governantes é exatamente implementar, de forma estratégica, uma economia baseada nas próprias jazidas econômicas, oriundas da sua própria capacidade de desenvolvimento, caso contrário, seremos “vizinhos” da Venezuela, Arábia Saudita, Congo....