Tenho o hábito de visitar uma boa banca de jornal quase que diariamente. Gosto de passear meus olhos pelas estantes de revistas dos mais variados temas, principalmente de administração e negócios. E, nos últimos meses tem sido comum ver, estampado nas capas das principais revistas do ramo, a palavra inovação e, quando se aponta demais para um determinado tema, procuro saber logo a razão.
Por que, afinal, temos que inovar? Aliás, o que é Inovar? Inovação, nas palavras de Waldez Ludwig é por em execução algo que acabou de ser criado, imaginado num plano teórico e abstrato. É construir a casa que ainda se encontra na planta. Ou seja, implementar e colocar em prática aquela ideia criativa e original que você teve.
Na medida em que o Brasil for avançando econômica e socialmente, nosso mercado de trabalho vai sofrer sérias reformulações que nos forçará a fazer duas escolhas: Inovar ou ficar para trás. Lembra da Olivete? Aquela empresa de máquinas de datilografia? Pois é, sumiu. Sabe por quê? Porque não inovou. O presidente Lula nunca mais vai perder outro dedo como torneiro mecânico. E não é porque foi um presidente não, é porque sua profissão não existe mais. É isso mesmo, hoje quem faz o serviço é um robô.
A montadora da Wolksvagem, no Rio de Janeiro, por exemplo, tem hoje menos da metade dos funcionários que tinha há 20 anos e produz mais veículos que produzia naquele tempo. Já o teatro municipal da cidade do Rio de Janeiro, mantém seu quadro de funcionários intactos há anos e, você sabe o por quê? Por que máquina não substitui o talento humano, nem tão pouco a capacidade criativa e inovadora que possuímos. Fernanda Montenegro nunca será substituída por uma máquina, porque a arte e a cultura jamais serão substituídas pelo maquinário do novo milênio.
Investir em cultura, numa economia transformativa como a que vivemos, não implica apenas em manter viva a tradição e o folclore de uma cidade, é muito mais que isso, é acima de tudo um investimento numa profissão (num mercado de trabalho), que além de ser das mais antigas e modernas, é também saborosamente criativa e inovadora.
"Quem tem imaginação, mas não tem cultura, possui asas, mas não tem pés"