quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O futuro do trabalho

Tenho o hábito de visitar uma boa banca de jornal quase que diariamente. Gosto de passear meus olhos pelas estantes de revistas dos mais variados temas, principalmente de administração e negócios. E, nos últimos meses tem sido comum ver, estampado nas capas das principais revistas do ramo, a palavra inovação e, quando se aponta demais para um determinado tema, procuro saber logo a razão.

Por que, afinal, temos que inovar? Aliás, o que é Inovar? Inovação, nas palavras de Waldez Ludwig é por em execução algo que acabou de ser criado, imaginado num plano teórico e abstrato. É construir a casa que ainda se encontra na planta. Ou seja, implementar e colocar em prática aquela ideia criativa e original que você teve.

Na medida em que o Brasil for avançando econômica e socialmente, nosso mercado de trabalho vai sofrer sérias reformulações que nos forçará a fazer duas escolhas: Inovar ou ficar para trás. Lembra da Olivete? Aquela empresa de máquinas de datilografia? Pois é, sumiu. Sabe por quê? Porque não inovou. O presidente Lula nunca mais vai perder outro dedo como torneiro mecânico. E não é porque foi um presidente não, é porque sua profissão não existe mais. É isso mesmo, hoje quem faz o serviço é um robô.

Você sabia que uma única máquina colheitadeira substitui aproximadamente oitenta bóias frias? Sabia, também, que aqueles braços mecânicos encarregados de montar um carro na linha de produção, mandaram para rua quatro funcionários por setor? Pior que isso, exterminaram com aquela profissão; ela simplesmente foi varrida do mapa. O que resta, portanto, fazer? Inovar! Criar um jeito novo e artístico de fazer as coisas.

A montadora da Wolksvagem, no Rio de Janeiro, por exemplo, tem hoje menos da metade dos funcionários que tinha há 20 anos e produz mais veículos que produzia naquele tempo. Já o teatro municipal da cidade do Rio de Janeiro, mantém seu quadro de funcionários intactos há anos e, você sabe o por quê? Por que máquina não substitui o talento humano, nem tão pouco a capacidade criativa e inovadora que possuímos. Fernanda Montenegro nunca será substituída por uma máquina, porque a arte e a cultura jamais serão substituídas pelo maquinário do novo milênio.

Investir em cultura, numa economia transformativa como a que vivemos, não implica apenas em manter viva a tradição e o folclore de uma cidade, é muito mais que isso, é acima de tudo um investimento numa profissão (num mercado de trabalho), que além de ser das mais antigas e modernas, é também saborosamente criativa e inovadora.

"Quem tem imaginação, mas não tem cultura, possui asas, mas não tem pés"

Joseph Joubert